quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Mar

oh mar porque do som das suas ondas
me diz essas coisas
fazendo me pensar
e trazendo devolta tudo aquilo
que tinha imaginado ter deixado pra tráz

porque mar insiste em dizer coisas
que meu coração não mais queria ouvir
aponte a arma em minha cabeça
e puxe o gatilho

pra ver se consigo esquecer tudo
por favor não me faça acreditar
meus olhos já estão fartos de lágrimas
minta pra mim
porque eu não quero mais

em pensar que tenho tudo
e ver que não tenho nada
sentindo o mundo desmoromar

oh se o tempo pudesse voltar
eu queria ser como você mar
lutar eternamente
pra vencer a praia
eu queria ter tua força
e lutar

mas lutar em guerra sozinho?
tendo no horizonte
a derrota?

só queria eu, deitar minha cabeça
no meu traviseiro
e ao a acordar não sentir mais seu perfume
e não lembrar mais de você

e não tendo mais motivos pra lutar,
e perder,
não lembrar mais do gosto de seus lábios
aquele gosto que lembra a agua do mar

FF

11:41 20/08/2009

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Insight

Quando encontrar-ti na rua,
serás como uma estranha pra mim

porque te amar foi tão estranho,
querer-te era tão estranho,
estar com você algo esquecido

serás como ninguém
que não fez nenhum sentido em minha vida
como num deleite de um sonho
serás você pra mim
como nada era real

agora tenho a vida
com o tormento
de que nada é certo
como na fraqueza dos fortes
o sonho
de algo irreal
surreal

na paranóia da sanidade
fico trancado nessa gaiola
de perdições, e injúrias

das estrelas o gosto do café em minha boca
de imaginar encontrar-te em outra forma
mais madura, mais mulher
sem a fumaça, que eu guspo
de ser um sonho utópico
e inimaginário

mas até lá
vou sendo carregado por uma legião
de amigos
que riem da vida
pelo simples insight de ver tudo passar
e vendo
que você não é ninguém
além de uma transeunte em meio a tantas outra

vazia tanto quanto
cega não vendo nada além
do que seu mundinho de merda
de conto de fadas que um dia iras desmoronar

FF

03:13 14/08/2009

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Noite e eu

São duas da manha
acendo um cigarro
saio pelo portão
em uma noite chuvosa

saio por ai tentando lhe encontrar
onde você foi
pra que ir sem mim

tento saber porque você se esconde de mim
levando todos os elementos necessários
pra que nosso amor exista

e se essa noite não acabar
e eu não lhe encontrar
o que será de mim?
como será pra mim?
como poderei ainda caminhar sem uma direção?

será doloroso a cada momento
em que eu sentir seu cheiro em meus lençóis
lembrar das coisas loucas em que vivemos

mas agora elas se foram
quando você partiu
e me deixou
nessa noite chuvosa com os meus cigarros

e a chuva cai em meu rosto
levando tudo o que vivemos
deixando o frio que ficava ao te beijar
levando todas as emoções
tudo
agora é só eu e esta noite

FF

03:05 06/07/2009

terça-feira, 4 de agosto de 2009

A cada cigarro, sinto...

A cada cigarro que acendo
me vem aquele gosto
vem-me as lembranças
de quando saiamos
do colégio pra vim aqui em casa

consumar em plena insanidade
todos nossos hormônios

ao beijar sua boca
o mundo ao meu redor
não existir
e seus lábios macios tocando os meus
como ao deitar em um mar de rosas

suas mãos tão macia
parecendo nunca tido feito nada a não ser
tocar meu corpo
eu ouvindo sua respiração enquanto nos beijávamos
oooh o mundo não existia pra nós
quando estávamos juntos

era tão
real estar com você
porque você não me prometia o amanha
era cada dia único
sem promessas de ter dois filhos
comprar uma casa
todas essas baboseiras

tudo tão vivo
que fiquei perdido em abraços distantes
beijos sem paixão
e promessas de um amanha que
nunca iria se concretizar
porque não existia aquela insanidade
a qual uma criança nunca vai ter

o hoje não era importante porque se planejava o amanhã
com promessas baratas
juras que nunca poderiam se realizar
porque ela nunca se comprometeu com o hoje

mas com você consumei
uma insanidade que me enlouquece até hoje
mesmo se passando quase um ano
foi com você que vivi coisas tão reais
sem mentiras
a cada minuto tendo o sabor da eternidade

e a cada cigarro que eu ainda vá acender
me lembrarei do gosto de seu corpo
do seu cheiro em meus lençóis
menos depois ter sujado-os com mentiras
com um alguém vazio, funesto
em meus lençóis
é seu corpo que o abita

FF

02:12 27/07/2009